sábado, 11 de abril de 2009

Como "nasceu" a Bala de Prata.


Em uma tarde quente de segunda-feira, a dupla sertaneja Fernando & Sorocaba participa da gravação de um programa sertanejo da Rede TV, em uma chácara na periferia de Londrina. A cena remete a um fato ocorrido há menos de dois anos, mas que foi determinante para o sucesso atual da parceria. Os dois gravavam um programa semelhante em um estúdio quando o apresentador precisou ausentar-se para ir urgentemente ao Fórum. ''Passamos a tarde inteira aguardando ele voltar para terminar o programa. Daí peguei o violão, e começamos a criar: 'Criminosa...''', relata Fernando Fakri de Assis, 28 anos, o Sorocaba. A segunda voz chama-se Fernando Bonifácio, 23 anos. O resultado foi nada menos que a música Bala de Prata, há um ano nas paradas de sucesso e atualmente na trilha sonora da novela Revelação, do SBT. A canção foi a grande responsável para que a dupla, que até há uns dois anos se apresentava nos bares e casas noturnas londrinenses, alçasse o posto de uma das maiores revelações do chamado sertanejo universitário dos últimos anos.
Sorocaba ganhou esse apelido ao vir dessa cidade paulista para cursar Agronomia na Universidade Estadual de Londrina. E foi em festas em repúblicas que ele começou a compor seu sertanejo literalmente universitário. Já Fernando tocava em Cuiabá, e conheceu o parceiro por meio de um amigo em comum. Para a dupla, o diferencial do sertanejo universitário está na sonoridade, que incorpora elementos de outros ritmos, e também na linguagem, com canções que falam de uma realidade mais próxima do cotidiano dos jovens. ''Por tudo isso, achamos que o sertanejo universitário veio para ficar'', prevêem. Com a agenda cheia - eles chegam a fazer 20 shows por mês - e presença confirmada em Barretos, Jaguariuna e Americana, os três maiores palcos sertanejos do País, a dupla prepara agora o seu terceiro CD (segundo com a atual formação), que deve ser lançado em abril. Se no CD anterior, Bala de Prata, lançado pela gravadora Universal, Sorocaba assinava 19 das 20 músicas, neste não será diferente. ''Serão todas músicas inéditas, que eu mesmo compus'', ressalta o compositor, que também costuma incluir (e tocar) em suas canções instrumentos pouco usuais no sertanejo brasileiro, como o violino e a gaita.
Destacar-se e fazer fama em Londrina, cidade com um grande número de duplas sertanejas locais, já não é tarefa fácil. Agora, marcar presença no cenário nacional, com o aval de uma grande gravadora, é um feito que a dupla conseguiu graças a ''uma identidade própria''. ''Temos uma linguagem e um estilo vocal próprios. Isso serve até de conselho para quem está começando: não copie o que já está sendo feito, mas crie o seu próprio som'', ensinam.

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